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O NAE é um espaço de valorização e de desenvolvimento da criatividade, tem como proposta a promoção da inovação a partir do empreendedorismo.

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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Veja 8 ferramentas do Google para a sua pequena empresa

As ferramentas são voltadas para micro e pequenos empresários e algumas são gratuitas
De acordo com dados do Google, cerca de 85% das micro e pequenas empresas brasileiras
não possuem site. Falta de tempo e de conhecimento são algumas das principais razões para que empreendedores não adotem estratégias online. Veja algumas ferramentas do Google que podem ajudar na gestão da sua pequena empresa.
Google Maps

Uma das principais vantagens de ter a página da sua empresa no Google Maps é de que os seus clientes poderão ver informações como endereço, horário de atendimento, mesmo que você não tenha um site. O Maps tem a sua base de dados e se o seu negócio já está no mapa, você pode reivindicar o seu local. Para aparecer no mapa, o empreendedor precisa confirmar a localização do seu negócio por meio de um código de verificação. O código é enviado por meio de um cartão postal ou informado por meio de uma ligação no telefone comercial da empresa. O tempo de entrega do código varia e não há um prazo determinado.

Google Adwords
Por meio dessa ferramenta, o pequeno empresário pode criar seus próprios anúncios e escolher as palavras-chave relacionadas à sua empresa. É possível também segmentar as propagandas para que elas sejam exibidas para as pessoas que estiverem pesquisando em determinada região, por exemplo. Nesse formato, o anunciante só paga quando um usuário clica no anúncio e é possível controlar o orçamento diário. O pagamento pode ser feito antes ou após a exibição das propagandas. Existe a versão simplificada da ferramenta, o Google AdWords Express.


Google Plus
Para criar a página do seu negócio, o primeiro passo é criar um perfil pessoal no Google+. Por meio da rede social o empreendedor poderá compartilhar novidades, promoções e responder dúvidas de clientes de maneira rápida e gratuita. Além disso, o Google+ também permite que o empresário faça videoconferências por meio do Hangout.

Google Apps for Business
A ferramenta reúne versões de vários produtos do Google que podem ser personalizados de acordo com a sua empresa. Gmail, agenda, drive e docs são alguns exemplos. Todas as informações estão na nuvem e isso é uma vantagem para quem tem funcionários em diversos locais diferentes. O uso da ferramenta é gratuito por 30 dias e após esse período custa 5 dólares por conta de usuário por mês.



Google Analytics
A melhor maneira de verificar se o seu site está no caminho correto é monitorando os resultados. Informações como número de visitas e como é o comportamento e o perfil dos usuários são essenciais para que o empresário avalie se precisa fazer ajustes. O Analytics pode ser vinculado ao Adwords e o empreendedor poderá acompanhar o ciclo de interação que seu usuário tem com os anúncios, por exemplo. Dependendo do volume de acessos do seu site, é preciso pagar pela ferramenta.

YouTube
No YouTube, o empreendedor pode criar um canal de vídeo para divulgar a sua empresa. Dessa maneira, ele poderá postar vídeos com ofertas, descrições de produtos, dicas de uso ou até mesmo de eventos. Uma das principais vantagens é poder se aproximar do seu consumidor e alcançar outros potenciais clientes. A página do Google+ pode ser vinculada com a conta do YouTube.
Google Meu Negócio
A ferramenta Google Meu Negócio foi lançada no começo do mês com o objetivo de democratizar a presença online dos pequenos negócios. Para se cadastrar, é preciso informar o nome da empresa, endereço, CEP, telefone e horário de funcionamento. A plataforma é gratuita e pode ser acessa por meio do desktop ou smartphone, no sistema Android ou iOS.
Hangout
Toda terça, quarta e quinta-feira, às 16 horas, o Google oferece o Hangouts educativos ao vivo, que são treinamentos voltados para a criação e gerenciamento de campanhas online. Também há vídeos gratuitos com dicas para gerar mais cliques, como usar o Google+ a favor do seu negócio, entre outros. Além disso, a ferramenta pode ser usada para que o empresário se comunique em massa com os seguidores da sua página ao ser vinculada com o YouTube.

Fonte: http://exame.abril.com.br/pme/noticias/veja-7-ferramentas-do-google-para-a-sua-pequena-empresa#6

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Finanças para Startups

Este não é um artigo sobre investimentos ou busca de recursos financeiros via capital de risco, mas sim sobre alguns aspectos básicos de finanças que são fundamentais desde o planejamento e ajuste do produto ao mercado, até conseguir a escala do negócio.

Além da equipe, do produto e do mercado, os empreendedores de startups devem considerar as questões relacionadas com marketing, vendas e finanças. A figura abaixo resume o ideal financeiro para um negócio startup: custos crescendo de forma linear e receitas crescendo de forma exponencial.
POR NEI GRANDO








CAC e LTV
Antes de discorrer sobre aspectos estratégicos de Fontes de Receita e Estrutura de Custos, ou táticos de Controles Financeiros para Startups, quero apresentar dois itens fundamentais que devem ser considerados na maioria dos casos e levantados no início do planejamento: o CAC (Customer Acquisition Cost) – custo de aquisição do cliente, que envolve apenas as despesas com marketing e vendas, e o LTV (Life Time Value) – valor que será gerado pelo cliente ao longo do tempo, ou seja, o dinheiro obtido pelo cliente na compra, mensalidade, upgrade, etc. Segundo os especialistas o valor do CAC deve ser pelo menos 1/3 do LTV para a maioria dos negócios Startups (principalmente nos de software como serviço – SaaS),  pois existem outros custos envolvidos, como desenvolvimento, infraestrutura, etc. Além disso, o ideal é que o retorno sobre o investimento em CAC seja menor do que 12 meses.

Exemplo de Custo de Aquisição do Cliente usando-se links patrocinados na Web via Google Adwords:
- Se pagamos R$ 0,50 por clique, 10 mil pessoas, custam R$ 5.000,00;
- Supondo/verificando que apenas 5% (500) decidiram usar a versão gratuita ou demonstrativa do produto;
- E que destes 10% (50) realmente pagam a versão completa.
Isso significa que neste caso, o CAC é igual a R$ 100,00, valor obtido dividindo o custo total dos clicks (R$ 5.000,00) pelos 50 clientes pagantes.
É claro que se pessoas forem envolvidas no processo de venda, o custo do tempo dispensado pelo profissional com o cliente deve ser considerado no calculo.
Mas o custo médio de aquisição de clientes pode ser reduzido se os mesmos vierem a adquirir seus produtos e/ou serviços a partir de indicações de outros clientes, blogs, mídia social, e outras fontes de baixo custo; ou acrescido, no caso de uso de outros canais de mídia tradicional.
O que é importante em Finanças
Parece óbvio que o negócio precisa gerar lucro, mas muitos negócios quebram por que não conseguiram gerar ao longo do tempo receitas maiores do que seus custos. Sem capital de giro ou novos investimentos e sem crédito no mercado ficam praticamente sem saída. E o mais interessante é que muitas vezes isto poderia ser evitado com uma maior atenção às questões financeiras do modelo de negócios, ou seja, as fontes de receita e a estrutura de custos.
Fontes de Receita
As fontes de receita representam o dinheiro que uma empresa gera a partir de cada segmento de cliente.
Se os clientes são o coração de um modelo de negócios, os fluxos de receita são as suas artérias. A empresa deve se perguntar: Qual o valor que cada segmento de clientes está verdadeiramente disposto a pagar? Responder a esta questão com êxito permite a empresa gerar uma ou mais fontes de receita de cada segmento de clientes. Outras questões que ajudam a refletir: Pelo que os clientes pagam atualmente? Como pagam? Como prefeririam pagar?
As fontes de receita podem ser por transação de único pagamento ou de receitas recorrentes.
Existem várias maneiras de gerar fluxos de receita:
ü  Venda de ativos – Consiste na venda de direitos de propriedade de um produto físico. A Amazon.com vende livros, música, eletrônica de consumo, e muito mais online. A Fiat vende automóveis, que compradores estão livres para movimentar, revender ou mesmo destruir.
ü  Taxa de utilização – Esta receita é gerada pelo uso de um determinado serviço. Quanto mais o serviço é utilizado, mais o cliente paga. A operadora de telecomunicações pode cobrar pelo número de minutos usados no telefonema. Um hotel cobra dos clientes para o número de noites que os quartos são utilizados. Um serviço de entrega de pacotes cobra dos clientes por levar os pacotes de um local para outro.
ü  Assinaturas – Consiste na venda de acesso contínuo a um serviço. Um ginásio vende assinaturas mensais ou anuais aos seus membros em troca de acesso às suas instalações. O jogo de computador online World of Warcraft, permite aos usuários jogarem os seus jogos na Web em troca de uma mensalidade.
ü  Empréstimo / Locação / Leasing – Criada por alguém que concede temporariamente o direito exclusivo de utilizar um determinado ativo por um período determinado, em troca de uma taxa. Para o credor isto oferece a vantagem de receitas recorrentes. Os Locatários ou arrendatários, por outro lado, aproveitam os benefícios de incorrer em despesas por apenas um tempo limitado, não tendo o custo total de propriedade. A Zipcar é uma boa ilustração, pois permite aos clientes alugar carros por hora em cidades norte-americanas. O serviço da Zipcar tem levado muitas pessoas a decidir alugar em vez de comprar automóveis.
ü  Licenciamento – Permite aos clientes o uso de propriedade intelectual protegida, em troca de taxas de licenciamento. Os titulares adquirem direitos de gerarem receitas a partir de sua propriedade sem terem de fabricar um produto ou comercializar um serviço. O licenciamento é comum na indústria de mídia, onde os proprietários de conteúdo retém os direitos autorais, enquanto vendem licenças de uso a terceiros. Do mesmo modo, no setor de tecnologia os proprietários de patentes concedem a outras empresas o direito de usar uma tecnologia patenteada em troca de uma taxa de licença.
ü  Taxas de corretagem – Deriva de serviços de intermediação prestados em nome de duas ou mais partes. Os fornecedores do cartão de crédito, por exemplo, obtém receitas por uma percentagem do valor de cada operação de venda firmado entre comerciantes e clientes de cartão de crédito. Os corretores e agentes imobiliários ganham uma comissão cada vez que um comprador e um vendedor concluem uma negociação.
ü  Publicidade – Receita obtida a partir das taxas de publicidade de um determinado produto, serviço ou marca. Tradicionalmente, os organizadores de eventos da indústria de mídia se baseiam fortemente em receitas de publicidade. Nos últimos anos, outros setores, incluindo software e serviços, começaram a confiar mais nas receitas de publicidade.
Observação importante sobre receitas com publicidade no site ou aplicativo móvelEm negócios bilaterais, onde o usuário não paga e as receitas são esperadas a partir de patrocínio e/ou publicidade de alguns clientes anunciantes, devemos considerar que poderá haver um custo significativo para adquirir tais clientes com um processo de vendas adequado, e que será necessário primeiro ter uma base significante de pessoas que realmente usam o aplicativo ou portal no seu dia-a-dia. Estudos mostram que a taxa média é de 1 click para cada 1000 exibições de anúncio. A cada click na propaganda durante a execução do programa, a Startup ganha uma porcentagem, geralmente alguns centavos de dólar. Precisa-se, portanto, de milhões de acessos ao App ou Site para gerar uma receita significativa. Neste caso, deve-se ter em vista alguma alternativa como, por exemplo: freemium, onde as funcionalidades básicas são oferecidas gratuitamente (free) enquanto que as funcionalidades avançadas são pagas (premium).
Precificação
Cada fonte de receita pode ter mecanismos diferentes de preços (pricing). O tipo de mecanismo de preços escolhido pode fazer uma grande diferença em termos de receitas geradas.
Existem dois tipos principais de mecanismo de preços: o preço fixo e o preço dinâmico.
Preço Fixo (“Menu”) – Preços pré-definidos são baseados em variáveis estáticas:
ü  Lista de preços – os preços são fixos para os produtos individuais, serviços ou outras proposições de valor.
ü  Preço dependente do número ou qualidade dos recursos da proposta de valor.
ü  Preço dependente do tipo e da característica do segmento de clientes.
ü  Preço dependente de volume, ou seja, varia em função da quantidade comprada.
Preço Dinâmico – Mudança de preços com base nas condições de mercado:
ü  Negociação (barganha) – Preço negociado entre dois ou mais parceiros, dependendo do poder e/ou habilidades de negociação.
ü  Gerenciamento de produção – O preço depende de inventário ou hora da compra (normalmente utilizado para recursos perecíveis, como: quartos de hotel ou lugares de avião).
ü  Em tempo real de mercado – O preço é estabelecido dinamicamente com base na oferta e na demanda.
ü  Leilões – Preço determinado pelo resultado da licitação.
Estrutura de Custos
A estrutura de custos descreve todos os custos incorridos para operar um modelo de negócio, a saber: criar e entregar valor, manter o relacionamento com os clientes, gerar receitas. Esses custos podem ser calculados de forma relativamente fácil após a definição dos principais recursos, atividades e parcerias do negócio. Questões para refletir: Quais recursos são os mais caros?  Que atividades são mais caras? Que outros custos são significativos?
Naturalmente, os custos devem ser minimizados em cada modelo de negócio. Mas estruturas de baixo custo são mais importantes para alguns modelos de negócios do que para outros. Por isso, pode ser útil distinguir os:
ü  Dirigidos por custos – Que visam criar e manter a estrutura de custos o mais enxuta possível, com baixo preço de proposições de valor, máxima automação e ampla terceirização. Muitas companhias de linhas aéreas tipificam modelos de negócio de dirigido por custos.
ü  Baseados em valor – Algumas empresas estão menos preocupadas com as implicações de custos no modelo de negócios, assim focam na criação de valor. Proposições de valor Premium com alto grau de personalização caracterizam os modelos de negócios baseados em valor. Hotéis de luxo, com suas instalações luxuosas e serviços exclusivos, se enquadram nessa categoria.
Estruturas de custo podem ter as seguintes características:
ü  Custos fixos – São os custos que permanecem os mesmos, apesar do volume de bens ou serviços produzidos. Exemplos incluem salários, aluguéis, e instalações físicas de produção. Algumas empresas, como empresas de manufatura, são caracterizadas por uma elevada proporção de custos fixos.
ü  Custos variáveis – São os custos que variam proporcionalmente com o volume de bens ou serviços produzidos. Algumas empresas, como festivais de música, são caracterizados por uma elevada proporção dos custos variáveis.
ü  Economias de escala – São as vantagens de custo que uma empresa desfruta quando sua produção se expande. As grandes empresas, por exemplo, beneficiam-se por taxas mais baixas de compra a granel. Este e outros fatores fazem com que o custo médio por unidade caia com o aumento da produção.
ü  Economias de escopo – São as vantagens de custo que uma empresa dispõe, devido ao maior alcance das operações. Em uma grande empresa, por exemplo, as mesmas atividades de marketing ou canais de distribuição podem suportar múltiplos produtos.
Margens e Canais
Para canais diferentes, as margens de lucro são diferentes. Veja no exemplo, como é obtido o lucro numa fabrica que pode usar canais de Vendas Diretas e alternativamente Revendas:
ü  Com Vendas Diretas, Lucro = Receita – (Custo de Insumos + Custo de P&D, Engenharia, Vendas, Marketing, Administrativo). Exemplo: Lucro = [$100 (preço de lista) - 10% (desconto) = $90] – ($33 + $20), ou seja, $37.
ü  Com Revendas, Lucro = Receita – (Custo de Insumos + Custo de P&D, Engenharia, Vendas, Marketing, Administração) – Valor Revenda. Exemplo: Lucro = [$100 – 10% = $90] – ($33 + $15) – $20, ou seja, $22. Lucro menor, porém com a redução de trabalho devido à terceirização de vendas.
Controles Financeiros
Depois de considerar os aspectos estratégicos de finanças do modelo de negócios, é necessário tratar das questões de gestão, ou melhor, dos controles financeiros necessários a qualquer negócio, como por exemplo, o demonstrativo do Fluxo de Caixa, o DRE – demonstrativo do resultado do exercício, controles de contas a pagar e a receber, etc.


O conceito de fluxo de caixa é simples:

Existem diversos modelos de planilhas financeiras disponibilizadas para tratamento do fluxo de caixa, mas vale lembrar que tais modelos precisam ser ajustados para cada negócio (startup) em particular.Observações:
  • Os investimentos iniciais devem ser considerados à parte, e o período do fluxo de caixa costuma ser mensal.
  • Não se esqueça de deduzir os impostos e taxas devidos sobre as receitas.
  • Faça a conciliação bancária frequentemente.
O DRE é calculado como segue:
Dica importante: É fundamental buscar o apoio de um escritório de contabilidade, lembrando de que as finanças são vitais para o negócio e que cabe aos fundadores/gestores conhecer e administrar.

Fonte: http://neigrando.wordpress.com/2014/07/31/financas-para-startups/

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“Startup é investimento tão bom quanto a bolsa”

Rodrigo de Alvarenga, diretor do Startup Grind Curitiba e fundador da Eco Innovare
Sócio investidor e fundador da startup Eco Innovare, voltada à inovação em eficiência energética e ambiental para a indústria de usinagem de metais, Rodrigo de Alvarenga está à frente da comunidade Startup Grind Curitiba, lançada em maio deste ano na capital. Fundada há quatro anos no Vale do Silício, a Startup Grind é uma rede com mais de 75 mil empreendedores, distribuídos em 100 cidades e 42 países pelo mundo, que conta com apoio do Google for Entrepreneurs. Em entrevista à Gazeta do Povo, Alvarenga fala sobre os gargalos que impedem a chegada de muitas startups ao mercado. 


Parece que há hoje uma profusão de startups pelo país. Ou esse conceito está sendo usado de uma forma muito ampla e até equivocada?
O termo startup caiu na moda. Todo mundo se diz uma startup. Mas na verdade não é. Startup é aquela empresa que nasce com o potencial de escalar o negócio dela a ponto de se tornar algo muito grande, em termos de faturamento. Uma padaria, por exemplo. Em certo momento ela vai chegar à sua curva de faturamento máximo. Se o dono quiser aumentar este faturamento, terá que abrir uma segunda padaria. Uma startup não. É um negócio que possui escabilidade, sem que haja um número específico de faturamento para se denominar o que é ou não startup. Se você desenvolver uma ideia inovadora, dentro de um nicho de mercado, e ela faturar R$ 10 milhões, esse valor pode ser extremamente relevante levando em conta o tamanho deste mercado. É o que chamamos de empreendedorismo de alto impacto.
 produto desenvolvido por uma startup necessariamente é algo inovador, que não existe no mercado?
Não precisa ser um negócio totalmente disruptivo. Pode ser algo que até já exista, mas que é apresentado de uma maneira diferente o suficiente para que se consiga criar interesse pela adoção desse produto ou serviço. Um exemplo bem característico é o Orkut e o Facebook. O Orkut estava aí, consolidado, o Brasil era um dos maiores mercados do mundo. Mas o Facebook acabou destruindo o Orkut. Há muitas possibilidades de se introduzir algo de uma forma diferente, que capture no usuário algo que o que já existe não capturou. E isso não necessariamente tem a ver com internet. Há startups voltadas aos mais variados setores, não só à tecnologia.
Há um perfil específico de quem atua neste setor?
No mundo todo, boa parte dos envolvidos em startups são jovens de 15 a 35 anos. Normalmente a faixa etária mais alta está mais relacionada ao business da startup, enquanto os mais novos estão ligados ao desenvolvimento da tecnologia. Esses jovens, na maioria das vezes, não têm experiência ou dinheiro e também não têm, o que ao meu ver é bom, uma visão tradicionalista de negócio. Eles não receberam “nãos” suficientes na vida que tolhessem sua criatividade. Pensam em algo, resolvem fazer, desenvolvem e de repente encontram usuários para isso.
Mas depois de esse jovem ter a boa ideia, ele nem sempre tem tino pra levar o negócio adiante.
Eu diria que esse é o momento mais relevante que diferencia uma startup de um negócio tradicional. Em países como os Estados Unidos, o dinheiro para financiar startups vem de investidores-anjo, de fundos seed capital (fundo de capital semente) ou do mercado de venture capital, que são os capitalistas de risco. Pode vir também de algum programa de fomento, de aceleradoras, mas tudo envolve a ideia de se trabalhar com um investimento de risco. Porque a cada 10 startups que você botar dinheiro, duas vão quebrar, duas ou três vão arrebentar de sucesso e o bolão do meio ao menos vai remunerar o investimento. Isso é algo que no Brasil está subdesenvolvido. É preciso ter mais recursos disponíveis para estes negócios. 

Falta quem se proponha a investir e apostar então?
Os investidores brasileiros tradicionalmente colocam dinheiro onde? No banco, nos produtos de renda fixa, eventualmente algum porcentual pequeno em bolsa, quando o investidor tem um nível de profissionalização maior. Muitas famílias tradicionais também têm seus patrimônios, parte dedicados a investimentos imobiliários. Isso para não falar nos próprios negócios que essas famílias mantém, como concessionárias de carros. Agora, vai procurar um grupo tradicional aqui de Curitiba que invista nem que seja 0,1% em startups. Não existe. 

Isso ocorre por que há uma falta de conhecimento sobre a existência das startups ou por que há receio de investir nesse tipo de negócio?
As duas coisas. Nem essas pessoas sabem que isso é uma opção e muito menos alguém trabalhou com elas como perceber riscos nesse negócio. Você se sente à vontade para investir em algo em que você compreendeu o risco que corre e decidiu aceitá-lo. Por que aqui a bolsa de valores não se desenvolveu tanto para investimentos de pessoa física, do cidadão comum? Nos Estados Unidos, todo mundo tem uma grana na bolsa. No Brasil isso não acontece. É difícil sentir uma relação com esse tipo de investimento, que não é palpável e parece distante. Já uma startup é algo próximo. Acho que, para a geração dos 30 anos para baixo, startups serão um investimento de médio ou longo prazo que os jovens vão abraçar com mais facilidade do que a bolsa. Isso porque as startups têm a cara dessa geração. 

De maneira mais ampla, falando não só de financiamento, o quão favorável é o clima no Paraná hoje para a criação de startups?
Se você reconhecer que essa é uma área que gera desenvolvimento para o estado e para o país, e que é preciso fazer isso explodir, então temos uma lição de casa gigante pela frente. Temos muito mais a fazer do que, por exemplo, Santa Catarina, que começou a fomentar esse cenário antes. Há várias ações acontecendo no Paraná, o Startup Grind Curitiba é só um dos atores desse ecossistema de empreendedorismo de alto impacto que está trabalhando para fomentar o desenvolvimento de startups, ao lado de entidades como o Sebrae e a Fiep. Mas estamos começando nesse caminho agora só. Começou a se falar de startup por aqui principalmente nesse ano.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1489171&tit=Startup-e-investimento-tao-bom-quanto-a-bolsa